Mononucleose infecciosa

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mononucleose

A mononucleose infecciosa, apesar de pouco conhecida, é comum em crianças e motivo frequente de consultas pediátricas.

 

O que é a mononucleose infecciosa?

A mononucleose infecciosa é uma infecção viral comum, causada pelo vírus Epstein- Barr, que faz parte da família dos herpes vírus. É uma doença bem frequente na infância, podendo causar desde sintomas leves até quadros clínicos mais graves, com necessidade de hospitalização.

 

Como se pega mononucleose infecciosa?

A transmissão da mononucleose geralmente é pela saliva, e ela é popularmente conhecida como doença do beijo.

Crianças pequenas que tem contato com brinquedos manuseados por outras, e colocados na boca, podem se contaminar dessa maneira.

Após a primeira infecção, o Epstein – Barr vírus fica no organismo por toda a vida, e pode ser expelido na saliva em alguns momentos. Assim, a criança pode pegar a infecção se for beijada por um adulto que tem o vírus no seu organismo, mesmo que ele não esteja doente.

Adolescentes e adultos acabam se contaminando pelo contato direto com o portador do vírus.

 

Quais os sintomas da mononucleose?

Os sintomas a princípio se parecem muito com uma gripe ou infecção de garganta. Os principais sintomas são:

  • Mal-estar
  • Febre
  • Dor de garganta, com material semelhante a pus nas amígdalas em algumas ocasiões, o que pode fazer com que haja confusão com o diagnóstico de amigdalite purulenta.
  • Aumento dos gânglios linfáticos, geralmente do pescoço.
  • Erupções cutâneas, menos frequentes, mas que podem aparecer se houver uso de antibiótico durante a infecção.
  • Inchaço ao redor dos olhos.
  • Aumento do baço em 50% dos casos.

 

Por quanto tempo os sintomas duram?

A duração dos sintomas pode variar de semanas a meses, e a fadiga e mal estar podem persistir por vários meses.

 

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico da mononucleose é feito através da observação do quadro clínico, e de exames de sangue (sorologia para mononucleose ou teste de anticorpos heterófilos). O hemograma geralmente é realizado na suspeita da doença, e a presença de linfócitos atípicos sugere infecção pelo vírus Epstein-Barr.

 

Qual o tratamento?

Não existe um tratamento específico para a mononucleose, e as ações são realizadas para minimizar os sintomas.

É indicado repouso por cerca de duas semanas, analgésicos, e corticosteroides em alguns casos de complicações.

Exercícios físicos que envolvam força ou contato devem ser evitados por risco de ruptura do baço, e devem ser reiniciados apenas após uma ultrassonografia que demonstre que o tamanho do baço voltou ao normal.

 

A criança com mononucleose precisa ficar em isolamento?

Não é indicado o isolamento para pessoas com o diagnóstico de mononucleose.

 

Quais complicações podem ocorrer na mononucleose infecciosa?

A mononucleose pode cursar com algumas complicações, que são raras;

  • Alterações no sangue: anemia e diminuição do número de plaquetas
  • Hepatite
  • Convulsões
  • Ruptura do baço
  • Obstrução das vias respiratórias

 

Existe vacina contra o Epstein-Barr vírus?

Não há vacina contra o vírus, há estudos em andamento, mas por enquanto não há nenhuma imunização aprovada.

 

Como posso evitar que meu filho pegue mononucleose?

A via de transmissão do Epstein-Barr vírus é a saliva. Se possível, evitar que crianças tenham contato com outras crianças com febre ou sintomas gripais é uma maneira de minimizar a possibilidade de contágio. Como indivíduos portadores do vírus podem eliminá-lo na saliva de tempos em tempos, a prevenção da contaminação torna-se realmente muito difícil.

Os cuidados básicos de higiene, como a lavagem de mãos, limpeza de brinquedos e a utilização de máscara em crianças doentes ajudam a minimizar a transmissão.

 

Conclusão

A mononucleose é uma doença causada pelo Epstein-Barr vírus, transmitido pela saliva e muito comum na infância. Na maioria das vezes, a infecção se resolve em uma a duas semanas, mas complicações e períodos mais longos de sintomas podem ocorrer.

Os cuidados básicos de higiene auxiliam na prevenção da infecção.

 

Dra. Mariana Nogueira de Paula, mãe da Ana Luísa, Helena e do Miguel.

Pediatra, Gastropediatra e Hepatologista Infantil
Santo André e Grande ABC

 

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