Introdução alimentar do bebê

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introdução alimentar do bebê

A introdução alimentar do bebê deve ser iniciada após os 6 meses de vida, antes disso, o único alimento que o bebê necessita é o leite materno.

Nesse artigo vamos procurar esclarecer as principais dúvidas a respeito desse tema.

 

A alimentação irá substituir o aleitamento materno?

A alimentação a partir dos 6 meses de vida é complementar, e não substitui o leite materno.

O bebê vai pouco a pouco se acostumando à colher e à textura, consistência e sabor dos alimentos. Geralmente, aceita quantidades muito pequenas do novo alimento, e nesse caso o leite materno pode ser ofertado logo depois da refeição.

O tempo em que as mamadas serão mais espaçadas e substituídas por alimentação sólida varia de acordo com a criança, e alguns bebês só comerão uma quantidade significativa de alimento sólido perto do primeiro ano de vida.

Assim, o leite materno continua sendo a principal fonte energética e nutricional, e deve ser mantido até 2 anos ou mais.

 

Quantas refeições por dia devem ser ofertadas para o bebê?

Se o bebê está mamando no peito, três refeições sólidas por dia são indicadas, uma no meio da manhã, uma na hora do almoço e uma no meio da tarde.

Se estiver recebendo fórmula, deverá fazer cinco refeições por dia, adicionando uma refeição no início da manhã e outra no início da noite.

 

Preciso oferecer os alimentos no mesmo horário todos os dias?

A alimentação complementar não deve ser oferecida em horários rígidos, devendo-se sempre respeitar o desejo da criança de comer.

Uma rotina alimentar é importante, mas sem horários rigorosos.

Evite oferecer alimentos entre os horários das refeições, para a criança ter apetite.

 

Meu bebê não aceita a papinha, não abre a boca, devo forçá-lo a comer?

A criança nunca deve ser forçada a comer em nenhuma idade.

Não é adequado dar prêmios por comer, e nem fazer promessas ou chantagens.

É importante também observar se o bebê está preparado para comer, do ponto de vista do desenvolvimento, observando-se os sinais de prontidão:

  • Interesse pelo que você come
  • Sustenta bem a cabeça e o tronco
  • Consegue sentar-se sem apoio
  • Reflexo de protrusão diminuído (em que empurra a comida com a língua)
  • Movimentos voluntários com a língua

 

Devo passar os alimentos na peneira? Ou bater no liquidificador?

Os alimentos devem ser cozidos e amassados com um garfo, e a papa deve ter a consistência de purê.

Não é indicado usar peneira ou bater no liquidificador.

A consistência do papa deve ser aumentada até a consistência da comida da família.

 

Os alimentos devem ser misturados ou colocados separadamente no prato?

Os alimentos devem ser amassados e colocados separadamente no prato, para que a criança vá conhecendo a cor e o sabor de cada alimento.

 

Quais alimentos posso ofertar para o bebê?

A partir dos 6 meses, o bebê já pode receber tubérculos, grãos, frutas, legumes e carnes.

A alimentação deve ser variada, com pelo menos um elemento de cada grupo alimentar em cada refeição, e com duas frutas diferentes ao dia.

Pode haver uma recusa dos alimentos do grupo dos vegetais no início da introdução alimentar, porque geralmente a criança aceita melhor alimentos doces.

 

Posso temperar a papa?

A papa principal pode ser temperada com alho, cebola, salsinha, sem a adição de sal.

A partir de um ano, a criança pode comer a comida da família, com pouco sal.

 

Qual a temperatura ideal da comida que será oferecida ao bebê?

Antes de ofertar a comida ao bebê, prove um pouco com uma colher diferente da que será oferecida para ele.

Evite soprar a comida, para não a contaminar.

 

Em qual posição o bebê deve estar na hora das refeições?

O bebê deve estar sentado, com postura ereta, em um local confortável e seguro, com os braços e corpo livre.

A pessoa que oferecerá a comida deverá se posicionar de frente para ele, na mesma altura, para que possa haver interação durante as refeições.

 

Agora que meu bebê começou a comer, preciso oferecer água para ele?

A partir do início da introdução alimentar, é preciso ofertar água ao bebê, aos poucos, várias vezes ao dia, de acordo com sua aceitação.

 

Meu bebê faz muita bagunça quando come, pega a comida, joga no chão e na mesinha. Devo chamar a atenção dele?

O momento da refeição é também um estímulo ao desenvolvimento do bebê, e devemos incentivá-lo a interagir com a comida, segurar a colher com as mãos, cheirar e tocar os alimentos.

Com o tempo, ele aprenderá a comer sozinho, e terá desenvolvido mais uma habilidade.

 

Meu bebê não tem nenhum dente. Ele conseguirá iniciar a alimentação sólida?

A gengiva do bebê a partir dos 6 meses fica mais endurecida, pois os dentes logo nascerão. Portanto, ele consegue amassar os alimentos com a gengiva.

O contato da gengiva com a comida também causa atrito, auxiliando no processo de rompimento para a saída dos dentes.

 

Quando o bebê faz caretas ao comer algum alimento, é sinal que não gostou?

As caretas significam apenas que o bebê está sendo apresentado a um alimento novo.

Se houver recusa do alimento, ele deve ser oferecido outras vezes para que o bebê se acostume.

Algumas crianças precisam provar o mesmo alimento mais de oito vezes para começar a gostar dele.

 

Devo oferecer sucos ao bebê?

Os sucos naturais de fruta são feitos a partir do processamento das frutas.

Nesse processo, vitaminas, fibras e minerais que são importantes para o desenvolvimento do bebê são perdidos.

Assim, a fruta in natura é sempre preferível ao suco.

Sucos de caixinha e refrigerantes são cheios de corantes e aditivos, e não devem ser dados às crianças.

 

Posso oferecer mel ao bebê?

Mel não deve ser oferecido antes dos 2 anos de idade, pelo teor de açúcar e pelo risco de botulismo.

 

Posso oferecer salgadinhos e guloseimas para o meu bebê, agora que ele já recebe sólidos?

Os salgadinhos e guloseimas são ricos em açúcar, gordura vegetal hidrogenada, aditivos, corantes, conservantes e pobre em nutrientes.

Não se deve oferecer salgadinhos e guloseimas antes dos dois anos de idade, e depois dessa idade, devem ser oferecidos com muita moderação.

 

Quais os cuidados de higiene que devo tomar no preparo das refeições do meu bebê?

Os alimentos devem ser frescos e estar em bom estado de conservação. A refeição deve ser oferecida logo após o preparo.

A pessoa que prepara os alimentos deve realizar a higiene das mãos adequadamente, e os alimentos devem ser higienizados.

Os utensílios domésticos utilizados também devem ser limpos de maneira adequada.

A água oferecida ao bebê deve ser fervida ou filtrada.

 

Depois que meu bebê começou a comer, as fezes dele mudaram, estão mais endurecidas e às vezes vejo pedaços inteiros de comida misturados a elas. Ele está absorvendo o que come?

A partir da introdução alimentar, as fezes do bebê ficam mais semelhantes às do adulto, e é comum pedaços de comida ou grãos aparecerem misturados a elas.

Isso é normal, muitas vezes apenas a parte mais externa do alimento está sendo eliminada com as fezes, e a absorção dos nutrientes está ocorrendo normalmente.

 

Meu bebê está doente, e não quer comer nada. O que fazer?

A criança doente está indisposta, e com as necessidades energéticas diminuídas, pois seu nível de atividade também está diminuído.

Ofereça o que a criança aceitar, em horários mais flexíveis, sem forçar a alimentação.

Ofereça bastante água, pois a hidratação é fundamental para a sua recuperação.

Geralmente, a criança come quantidades maiores após melhorar do quadro infeccioso, e a doença não causa prejuízo nutricional.

 

Conclusão

A introdução alimentar é o momento em que o bebê será apresentado à alimentação sólida.

A maneira que essa introdução é feita influenciará os hábitos alimentares futuros, tendo repercussão até a idade adulta.

Uma relação saudável com a comida desde os primeiros meses de vida tem influência na prevenção de doenças no futuro, como a obesidade, hipertensão e diabetes.

A alimentação variada e equilibrada, com momentos de interação e diversão entre os bebês e os cuidadores, é o caminho para que o bebê cresça e se desenvolva adequadamente.

 

Dra. Mariana Nogueira de Paula, mãe da Ana Luísa, Helena e do Miguel.

Pediatra, Gastropediatra e Hepatologista Infantil
Santo André e Grande ABC

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