O que é refluxo gastroesofágico?

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refluxo gastroesofatico

Refluxo gastroesofágico é o retorno involuntário do alimento do estômago para o esôfago.

 

Por que o refluxo gastroesofágico ocorre? 

Existe uma estrutura entre o esôfago e o estômago chamada esfíncter esofágico inferior.

Esse esfíncter abre para que o alimento passe, e depois permanece fechado.

Durante o dia, ocorrem alguns relaxamentos transitórios, o que permite que o alimento retorne do estômago para o esôfago.

Isso ocorre principalmente após as refeições, e é um processo fisiológico, que ocorre com todas as pessoas.

 

Por que bebês pequenos tem tantos refluxos? 

Os bebês têm uma anatomia que favorece o refluxo gastroesofágico, com o ângulo entre o estômago e o esôfago mais aberto, ingerem leite muito frequentemente durante o dia, e ficam na posição horizontal por um grande período.

Assim, é muito comum que regurgitem várias vezes ao dia.

 

Em qual época após o nascimento as regurgitações se tornam mais frequentes? 

Geralmente, as regurgitações começam a ocorrer mais vezes após o primeiro mês de vida, e vão diminuir de frequência entre o quarto e sexto mês.

 

Qual a diferença entre vômitos e regurgitações? 

As regurgitações são involuntárias, e o bebê solta o leite pela boca sem nenhum desconforto.

Os vômitos requerem esforço, a musculatura abdominal se contrai, e geralmente a criança não se sente bem após o ato.

 

Todo refluxo gastroesofágico é doença? 

A maioria dos refluxos gastroesofágicos até um ano de idade não é doença, e sim refluxos fisiológicos.

O bebê regurgita várias vezes ao dia, mas ganha peso adequadamente, dorme bem e não tem irritabilidade constante.

É o chamado “regurgitador feliz”. Esse refluxo fisiológico começa a melhorar após os 6 meses de vida, e diminui muito perto do primeiro aniversário.

O refluxo fisiológico não requer investigação e nem tratamento.

 

A posição do bebê pode melhorar ou piorar o refluxo gastroesofágico? 

O refluxo gastroesofágico pode ser mais frequente quando o bebê é colocado na posição sentada, como numa cadeirinha ou bebê conforto, pois há mais pressão exercida sobre o abdome.

A posição de decúbito lateral esquerdo (o bebê deitado de lado, para o lado esquerdo) melhora o esvaziamento do estômago, diminuindo os episódios de refluxo.

Essa posição pode ser utilizada com o bebê acordado, mas durante o sono, a posição recomendada é sempre a de barriga para cima.

Quando a criança é mantida no colo, com a cabeça ereta, os episódios de regurgitações também podem ser menos frequentes.

 

A dieta do bebê pode influenciar no refluxo gastroesofágico? 

Pacientes que recebem grandes volumes de leite terão mais episódios de refluxo gastroesofágico.

Nos pacientes que fazem uso de fórmula, uma fórmula anti-regurgitação pode ser utilizada, sempre com a orientação do pediatra ou do gastroenterologista infantil.

Não há nenhuma indicação de suspender o aleitamento materno e substituí-lo por fórmula anti-regurgitação no bebê com refluxo.

 

Meu bebê regurgita grandes volumes de leite, acho que ele regurgita tudo o que mamou. Isso é sinal de doença do refluxo? 

Geralmente, a regurgitação de um volume maior assusta os pais, mas se não vem acompanhada de outros sinais de alarme, provavelmente é fisiológica.

Se o bebê vem ganhando peso adequadamente, está recebendo a quantidade de leite necessária.

A consulta de rotina com o pediatra poderá avaliar se o refluxo é fisiológico ou não nesse caso.

 

Quando devo suspeitar da doença do refluxo gastroesofágico? 

A suspeita ocorre quando o refluxo gastroesofágico está trazendo alguma complicação para a criança, como recusa alimentar, ausência de ganho ou perda de peso, irritabilidade constante ou vômitos com sangue.

Em algumas crianças, ocorrem sintomas extra-esofágicos, como broncoaspiração, pneumonias ou otites de repetição.

 

Há relação entre refluxo gastroesofágico e alergia à proteína do leite de vaca? 

O refluxo gastroesofágico pode ser um dos sintomas da alergia à proteína do leite de vaca.

Um gastroenterologista infantil pode auxiliar no diagnóstico correto e no seu tratamento.

 

Crianças mais velhas também podem ter refluxo gastroesofágico? Quais os sintomas? 

As crianças mais velhas apresentam menos episódios de refluxos gastroesofágicos fisiológicos, e podem ter doença do refluxo.

Os sintomas comuns nessa faixa etária são dor no estômago, náuseas, vômitos, queimação, azia, perda de peso.

A doença do refluxo gastroesofágico tem tratamento? 

Sim, o tratamento é feito com medicamentos, associados a mudanças nos hábitos alimentares e no estilo de vida.

 

Conclusão 

O refluxo gastroesofágico é uma situação que ocorre em todas as pessoas, algumas vezes ao dia, em menor ou maior intensidade, e nem sempre é considerada doença.

É bem mais comum nos lactentes, e nesse caso, costuma ser mais fisiológico do que patológico.

A avaliação pediátrica de rotina é essencial para o diagnóstico correto, orientação e acompanhamento do bebê regurgitador.

Nos casos de doença do refluxo gastroesofágico, o gastroenterologista infantil é o profissional de escolha para o seu manejo e tratamento.

 

Dra. Mariana Nogueira de Paula, mãe da Ana Luísa, Helena e do Miguel.

Pediatra, Gastropediatra e Hepatologista Infantil
Santo André e Grande ABC

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