Infecções respiratórias de repetição

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infecções respiratórias

As Infecções respiratórias de repetição são caracterizadas por:

  • 6 ou mais infecções respiratórias por ano
  • 1 ou mais infecções respiratórias mensais
  • 3 ou mais infecções do trato respiratório inferior anuais

 

Por que as crianças têm infecções respiratórias de repetição? Por que meu filho vive gripado?

As crianças têm um sistema imunológico imaturo, que se assemelhará ao do adulto apenas aos 12 anos de idade. Isso possibilita um maior contágio entre elas, e uma menor defesa contra as infecções.

Além disso, na idade pré-escolar, há uma proximidade muito grande dos pequenos, com beijos, abraços, troca de brinquedos, com contato com secreções nasais e saliva entre eles, o que facilita a disseminação dos vírus e bactérias.

 

Quais são os fatores de risco para infecções respiratórias de repetição?

Alguns fatores de risco são:

  • Frequentar creche ou escolinha
  • Irmãos mais velhos
  • Exposição à fumaça de cigarro
  • Poluição atmosférica
  • Casa com muitas pessoas

 

Essas infecções recorrentes são preocupantes? Preciso levar meu filho ao pronto-socorro todas as vezes?

Geralmente, essas infecções são virais e autolimitadas, e o ideal é consultar o pediatra da criança antes da ida ao pronto-socorro.

O ambiente hospitalar por si só já é um local de grande concentração de micro-organismos, e a criança pode se contaminar na avaliação, já que todos lá estão doentes.

Alguns sinais de alarme devem ser observados, e na presença deles, é importante uma avaliação de emergência:

  • Falta de ar
  • Prostração intensa, mesmo fora dos períodos de febre
  • Alteração do nível de consciência
  • Febre de difícil controle
  • Recusa alimentar completa de sólidos e líquidos
  • Barulhos ao respirar – estridor laríngeo, sibilos

No caso de sintomas como dor de ouvido ou dor de garganta, a avaliação com o pediatra que já faz o acompanhamento de rotina é aconselhada, e na impossibilidade dela, há indicação de ida ao pronto-socorro.

 

Meu filho já estava melhorando da gripe, e de repente começou a ter febre novamente e a tosse voltou. A gripe complicou? Precisa de antibiótico?

É muito comum a criança estar infectada por mais de um micro-organismo ao mesmo tempo.

Ela poderia estar se recuperando de um vírus e ter se contaminado por outro, ou então está com uma infecção bacteriana secundária.

A avaliação de um pediatra é imprescindível nesses casos, pois nem sempre há indicação de uso de antibióticos.

 

Meu filho está com catarro verde e grosso. Precisa de antibiótico?

Quando a criança está com uma infecção respiratória, seja por vírus ou bactéria, produz muco, para a defesa do organismo.

Ele é composto por leucócitos, que produzem uma enzima chamada peroxidase.

Essa enzima oxida o ferro e provoca a mudança do catarro de transparente a amarelo, e depois verde.

Portanto, o catarro verde não é exclusividade da infecção bacteriana, e muitas vezes é decorrente de infecções virais.

Os vírus não morrem com o uso do antibiótico, então apenas a presença de secreção esverdeada não indica o uso de antibióticos.

O pediatra avaliará a história clínica, realizará o exame físico e solicitará exames complementares, se necessário, para a definição da melhor conduta.

 

A febre é sinal de infecção bacteriana?

A febre é um sinal clínico de resposta do organismo à infecção, e ocorre tanto nas infecções virais como nas bacterianas.

A duração da febre também não define se o agente infeccioso é vírus ou bactéria.

 

Meu filho está com tosse há 3 semanas. Precisa fazer um RX de tórax?

Alguns vírus causam quadros arrastados de tosse, e nem sempre a tosse persistente é sinal de pneumonia.

A criança também pode estar tendo uma crise de broncoespasmo, e se adequadamente tratada, haverá a melhora da tosse.

A consulta com o pediatra esclarecerá as possíveis causas da tosse persistente e seu tratamento.

 

A higiene nasal é mesmo necessária?

A higiene nasal com solução salina 0,9% (soro fisiológico) promove a remoção mecânica do vírus na mucosa do nariz, melhora o batimento ciliar nasal e melhora a consistência do muco, que fica mais fluido.

Por essas razões, a higiene nasal é sempre necessária nas infecções respiratórias.

 

O que é possível fazer para a prevenção das infecções respiratórias?

O acompanhamento periódico com o pediatra, com a avaliação da saúde da criança, peso, estatura, seus hábitos alimentares e de saúde auxilia na prevenção de infecções respiratórias.

Em crianças alérgicas, a profilaxia ambiental, com controle da poeira e dos alérgenos diminui a frequência das crises, que podem se complicar com infecções respiratórias concomitantes.

O tratamento correto das crises também reduz a incidência de episódios infecciosos.

Na hora de escolher uma escola, o ideal é avaliar a quantidade de crianças por sala, a quantidade de cuidadores, se o ambiente é bem arejado, e como são as condições de higiene, para minimizar a transmissão de vírus e bactérias dentro do ambiente.

Se seu filho estiver gripado, não o envie para a escola, e evite o contato da criança sadia com crianças com sintomas gripais.

 

Conclusão

As infecções respiratórias de repetição são comuns na faixa etária pediátrica, e geralmente são processos autolimitados e sem maior gravidade, e seu tratamento geralmente é de suporte, como o controle da febre e a higiene nasal.

Em alguns casos, ocorrem complicações, como infecções bacterianas secundárias a infecções virais, que necessitam de tratamento específico.

A avaliação do pediatra é importante no caso de sintomas persistentes, para orientação e conduta adequadas.

 

Dra. Mariana Nogueira de Paula, mãe da Ana Luísa, Helena e do Miguel.

Pediatra, Gastropediatra e Hepatologista Infantil
Santo André e Grande ABC

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